Brasileiras vão a Miami
para comprar
vestidos de noiva
Consultoras dão dicas; preço e variedade atraem 'turistas de casamento'.
Elas buscam tanto grifes internacionais quanto peças vendidas por R$ 600.
Nas lojas de vestidos de noiva em Miami, já não basta que as vendedoras saibam falar inglês e espanhol. Elas têm que improvisar no “portunhol” também, para atender ao crescente número de clientes do Brasil. Atraídas pela variedade de modelos e pelos preços mais baixos, muitas noivas brasileiras incluem na planilha de gastos do casamento uma viagem à cidade americana.
“Antes vinham mais venezuelanas e colombianas. Agora as gerentes das lojas me contam que as brasileiras já são metade da clientela”, afirma a carioca Tatiana Soutto Mayor, que mora nos Estados Unidos desde 2001 e abriu em 2011 a Dress Voyage, consultoria especializada em atender as noivas que viajam para lá.
Tatiana, que atende ao menos uma nova cliente por dia, cobra US$ 100 para traçar um roteiro personalizado de lojas. O serviço inclui ainda descontos em alguns estabelecimentos, ou benefícios como prioridade para ajustes rápidos.
Como sabem que muitas clientes são turistas e ficarão pouco tempo na cidade, algumas lojas oferecem a possibilidade de fazer ajustes em poucos dias. A engenheira Melissa Dezan, 35, que acaba de se casar em Campinas (SP), comprou o vestido numa sexta-feira e retirou no domingo, pronto para ser usado. “Tive que fazer muitos ajustes mesmo, no corpo, na barra... Inacreditavelmente deu tempo.”
Melissa e seu noivo aproveitaram a viagem para comprar as alianças, lembrancinhas para a festa e lençóis para o enxoval. A médica Maria Augusta Bolzan, 29, que se casou em novembro de 2011, também comprou o enxoval por lá, além de um vestido de alta costura. “Paguei mais barato do que as algumas amigas gastam no aluguel de um vestido aqui. O difícil foi achar branco, porque eles gostam mais de tons pérola”, conta.
Tatiana Mayor diz que nem o aumento do dólar assustou as consumidoras. “O ritmo continua igual porque ainda vale a pena. O que acontece é que agora elas pechincham mais.”
De US$ 300 a US$ 20.000
Muitas brasileiras que viajam em busca do vestido buscam grifes famosas como Vera Wang e Carolina Herrera. Mas há também aquelas que, por terem gasto com a viagem, querem algo bem mais em conta. “Tem desde grifes que nem são vendidas no Brasil e chegam a US$ 20 mil [cerca de R$ 40 mil] até opções sem marca nenhuma, que podem custar US$ 300 [cerca de R$ 600]”, diz Cristina Nudelman. Autora de um blog sobre casamentos, ela também assessora noivas que viajam em busca do vestido.
Muitas brasileiras que viajam em busca do vestido buscam grifes famosas como Vera Wang e Carolina Herrera. Mas há também aquelas que, por terem gasto com a viagem, querem algo bem mais em conta. “Tem desde grifes que nem são vendidas no Brasil e chegam a US$ 20 mil [cerca de R$ 40 mil] até opções sem marca nenhuma, que podem custar US$ 300 [cerca de R$ 600]”, diz Cristina Nudelman. Autora de um blog sobre casamentos, ela também assessora noivas que viajam em busca do vestido.
O primeiro contato de Cristina com esse mercado ocorreu em 2010, quando ela viajou com a filha, a médica Mariana Fraya, 31, para comprar o vestido para o casamento dela. “Percebi que, assim como tem gente que viaja para comprar bolsas, tênis ou maquiagem, tem muitas brasileiras que vão em busca de itens para o casamento”, conta.
Em 2011, Cristina viajou com um grupo de noivas que queriam procurar seus vestidos e outros itens para o casamento em Miami. O roteiro, criado em parceria com uma agência de turismo, foi batizado de "Bride’s Tour" (tour das noivas). Hoje, ela fica principalmente em São Paulo, e assessora as noivas à distância.
A maioria das clientes é de fora da cidade “Tem gente do interior, de Brasília, Fortaleza, Manaus. São noivas de todo o Brasil.”
Dicas das consultoras
- Muitas lojas só atendem com hora marcada. Melhor agendar as visitas antes de viajar.
- Miami é uma cidade muito “espalhada”. Pesquise onde fica cada loja e a forma de locomoção.
- Se possível, comece a olhar os vestidos já no primeiro dia de viagem. Assim, poderão ser feitos os ajustes necessários antes da volta ao Brasil.
- Algumas noivas preferem trazer o vestido na bagagem de mão, por medo de que a mala se extravie. Ao entrar no avião, vale perguntar a um comissário de bordo se ele pode pendurar a peça nos cabideiros da classe executiva. Se não der, coloque-o no bagageiro comum, tomando cuidado para que não sejam colocados volumes pesados em cima dele.
- É comum o vestido chegar amassado da viagem. Para desamassá-lo, leve-o a uma lavanderia ou use um vaporizador de roupas tipo “steamer” em casa.
- Lembre-se de que o vestido está sujeito à cobrança de impostos, como qualquer outro item que ultrapasse a quantia de US$ 500 permitida pela Receita Federal para o total das compras no exterior. O imposto é de 50% sobre o valor do produto (mais uma multa, aplicada quando o viajante não declara o bem e é parado na alfândega). Muita gente pensa que vestidos de noiva são considerados itens de uso pessoal e por isso estariam isentos de impostos, mas isso só ocorre se o casamento for nos EUA.
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