quinta-feira, 8 de novembro de 2012


08/11/2012 07h40 - 


           Brasileiras vão a Miami 




                     para comprar

 

                  vestidos de noiva






Consultoras dão dicas; preço e variedade atraem 'turistas de casamento'.
Elas buscam tanto grifes internacionais quanto peças vendidas por R$ 600.

Nas lojas de vestidos de noiva em Miami, já não basta que as vendedoras saibam falar inglês e espanhol. Elas têm que improvisar no “portunhol” também, para atender ao crescente número de clientes do Brasil. Atraídas pela variedade de modelos e pelos preços mais baixos, muitas noivas brasileiras incluem na planilha de gastos do casamento uma viagem à cidade americana.
“Antes vinham mais venezuelanas e colombianas. Agora as gerentes das lojas me contam que as brasileiras já são metade da clientela”, afirma a carioca Tatiana Soutto Mayor, que mora nos Estados Unidos desde 2001 e abriu em 2011 a Dress Voyage, consultoria especializada em atender as noivas que viajam para lá.
Tatiana, que atende ao menos uma nova cliente por dia, cobra US$ 100 para traçar um roteiro personalizado de lojas. O serviço inclui ainda descontos em alguns estabelecimentos, ou benefícios como prioridade para ajustes rápidos.
A brasileira Maria Augusta Bolzan, experimentando vestidos de noiva em Miami e no dia do seu casamento (Foto: Montagem: Divulgação/Cristiano Feder)Maria Augusta Bolzan em uma loja de Miami e no dia do casamento (Fotos: Divulgação/Cristiano Feder)
Como sabem que muitas clientes são turistas e ficarão pouco tempo na cidade, algumas lojas oferecem a possibilidade de fazer ajustes em poucos dias. A engenheira Melissa Dezan, 35, que acaba de se casar em Campinas (SP), comprou o vestido numa sexta-feira e retirou no domingo, pronto para ser usado. “Tive que fazer muitos ajustes mesmo, no corpo, na barra... Inacreditavelmente deu tempo.”
Melissa e seu noivo aproveitaram a viagem para comprar as alianças, lembrancinhas para a festa e lençóis para o enxoval. A médica Maria Augusta Bolzan, 29, que se casou em novembro de 2011, também comprou o enxoval por lá, além de um vestido de alta costura. “Paguei mais barato do que as algumas amigas gastam no aluguel de um vestido aqui. O difícil foi achar branco, porque eles gostam mais de tons pérola”, conta.
Tatiana Mayor diz que nem o aumento do dólar assustou as consumidoras. “O ritmo continua igual porque ainda vale a pena. O que acontece é que agora elas pechincham mais.”
A brasileira Melissa Dezan com o vestido de noiva que comprou em Miami (Foto: Pangeia de Dois)O vestido que Melissa Dezan comprou em Miami e ela no dia do seu casamento (Fotos: Pangeia de Dois)
De US$ 300 a US$ 20.000
Muitas brasileiras que viajam em busca do vestido buscam grifes famosas como Vera Wang e Carolina Herrera. Mas há também aquelas que, por terem gasto com a viagem, querem algo bem mais em conta. “Tem desde grifes que nem são vendidas no Brasil e chegam a US$ 20 mil [cerca de R$ 40 mil] até opções sem marca nenhuma, que podem custar US$ 300 [cerca de R$ 600]”, diz Cristina Nudelman. Autora de um blog sobre casamentos, ela também assessora noivas que viajam em busca do vestido.
Mariana Nudelman Fraya em seu casamento; vestido foi comprado em Miami (Foto: Divulgação)Mariana Nudelman Fraya, que encontrou o vestido em Miami
com a ajuda da mãe (Foto: Divulgação)
O primeiro contato de Cristina com esse mercado ocorreu em 2010, quando ela viajou com a filha, a médica Mariana Fraya, 31, para comprar o vestido para o casamento dela. “Percebi que, assim como tem gente que viaja para comprar bolsas, tênis ou maquiagem, tem muitas brasileiras que vão em busca de itens para o casamento”, conta.
Em 2011, Cristina viajou com um grupo de noivas que queriam procurar seus vestidos e outros itens para o casamento em Miami. O roteiro, criado em parceria com uma agência de turismo, foi batizado de "Bride’s Tour" (tour das noivas). Hoje, ela fica principalmente em São Paulo, e assessora as noivas à distância.
A maioria das clientes é de fora da cidade “Tem gente do interior, de Brasília, Fortaleza, Manaus. São noivas de todo o Brasil.”

Dicas das consultoras
- Muitas lojas só atendem com hora marcada. Melhor agendar as visitas antes de viajar.
- Miami é uma cidade muito “espalhada”. Pesquise onde fica cada loja e a forma de locomoção.
- Se possível, comece a olhar os vestidos já no primeiro dia de viagem. Assim, poderão ser feitos os ajustes necessários antes da volta ao Brasil.
- Algumas noivas preferem trazer o vestido na bagagem de mão, por medo de que a mala se extravie. Ao entrar no avião, vale perguntar a um comissário de bordo se ele pode pendurar a peça nos cabideiros da classe executiva. Se não der, coloque-o no bagageiro comum, tomando cuidado para que não sejam colocados volumes pesados em cima dele.
- É comum o vestido chegar amassado da viagem. Para desamassá-lo, leve-o a uma lavanderia ou use um vaporizador de roupas tipo “steamer” em casa.
- Lembre-se de que o vestido está sujeito à cobrança de impostos, como qualquer outro item que ultrapasse a quantia de US$ 500 permitida pela Receita Federal para o total das compras no exterior. O imposto é de 50% sobre o valor do produto (mais uma multa, aplicada quando o viajante não declara o bem e é parado na alfândega). Muita gente pensa que vestidos de noiva são considerados itens de uso pessoal e por isso estariam isentos de impostos, mas isso só ocorre se o casamento for nos EUA.

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